terça-feira, dezembro 05, 2006

Uma certa visão do greg....

“…Um saber não controverso é, frequentemente, um saber dogmatizado. Tende a gerar intolerância e a institucionalizar a mediocridade. Sob uma aparência salvífica, tende a esmagar os contra-poderes e a amordaçar o fulgor do pensamento interrogativo na irrequietude da sua liberdade…” Rui Alexandre Grácio

Caros Congregs,
Julgo que antes de mais é necessário respeitar a liberdade de opinião e de expressão de todos. Os níveis culturais, as predisposições genéticas, as inclinações psicológicas e a abordagem ao universo gregoriano foram díspares no meu jantar de estreia.
Depois de 250 Km percorridos, contrariamente à maioria dos congregs, acho que o último jantar foi um êxito. O caos que se instalou revela o puro espírito das gregoriações….
Foi bom rever velhos amigos, que já conheço há mais de 16 anos, outros que afavelmente me acolheram e mesmo os indiferentes tiveram a sua pitada “umbilicolismo” com um pernil pelo meio…
A diversidade deve ser respeitada. As correntes gregorianas também. Quem quiser, beber sem sentido, que o faça…Por Impulso! Por devaneio psicanalítico! Por repulsa existencial! Por compulsão! Por convicção!...
Quem quiser ter sentido, a beber, exercitar o pensamento, tornar o greg um exercício de estilo então juntemo-nos à volta da fogueira da dialéctica…
Sou um apologista desta segunda corrente gregoriana.
Os bárbaros bebiam cerveja , arrotavam e não tomavam banho…
Os romanos bebiam tinto, deliciavam-se nas saunas e nos bacanais, e ouviam música e poesia… Quanto aos palhaços, todos nós somos palhaços nesta tragi-comédia à moda de Fellini, que a civilização actual nos proporciona…
O importante é não deixar que a máscara, as pinturas se colem à cara…como diz Pessoa … e um dia acordarmos já velhos, como personagem beckettiana à espera da morte.
Portanto, amigos, companheiros e palhaços em geral!
Celebremos o greg! Celebremos a liberdade! Celebremos a vida!
Do Vosso Robalo Faneca Rentes de Agostim Faria

1 comentário:

Joaquim Oreos disse...

Perdoa-me a descaradeza, mas Caro Robalo, sinto-te Santo António pregando aos peixes...

Ainda assim, ao menos esses ouviam-no...

Que as tuas sábias palavras produzam o efeito desejado!

Abraços evangelicamente agoniados,
J.O.