quarta-feira, julho 18, 2007

CRÓNICAS DO NORDESTE- Episódio n.º 4


Em Santo António de Manhouces, o boato do momento era que o Padre Alfredo tinha ido à discoteca local ver um strip de Heidi Von Krip, que aproveitando a ausência de Rodinhas, tinha dado uma geral nos rústicos locais… Para além de uma inovadora lap dance, Heidi dançou com Yuri uma exaltante e comovente versão do baile dos perus, inspirado na obra do mestre Tchaiquovsiesyi, por sinal tio-avô por parte do padrasto de Iuri.
A noite anterior tinha sido violenta. O gang de Santo António de Manhouces tinha andado à porrada com o gang de Manhouces de Santo António, a aldeia vizinha. Desde o encerramento das casas nocturnas, que os homens da aldeia andavam com os nervos em franja. Tudo começou com uma boca foleira do Zé sobre a prestação do defesa direito da equipa de futebol vizinha. 37.517 litros de vinho foram derramados, garrafas no ar, pernas partidas e olhos inchados. O tasqueiro fez as contas. Durante uma manhã, iria vigorar a lei seca em Manhouces para restabelecer o stock de vinho. Muitos fígados viveram horas de sufoco…
O padre na missa das sete, sacou em pleno altar de uma das navalhas e disse que não era muito cristão andarem à porrada . Seguidamente, enumerou todos os homens da aldeia que tinham ido ver Heidi…Caldo entornado!... As mulheres escandalizadas começaram a esmurrar os seus homens, que já por si já estavam bastante maltratados. Num golpe de visionário, o padre Alfredo invocou a lenda do pelicano, que fez com que todos fizessem as pazes. Mais disse que iria promover um jogo de solidariedade com a aldeia vizinha para pagarem as contas do hospital, que não tinham. Mas desta vez, seria sem árbitro. Para evitar confusões!...
Godofredo Glauco como tinha ido apanhar feno, perdeu este acto de contrição colectivo. Eram 11 horas e o engenheiro Norberto da Cunha chegou ao planalto para ver como ia o enfardanço… A táctica de Godofredo era sempre a mesma: Para sacar um parecer positivo sobre a cultura dos fenos do mistério, sim, mistério da agricultura, embebedava o fiscal. Depois de bem amolecido como um perú, roubava-lhe a carteira e uns pentes de sete pontas . Depois levava-o para um descampado…onde acordava sempre com um nabo enfiado no cu. Godofredo não se fazia rogado às inovações da agricultura biológica. E se Norberto bufasse as suas manhas e chicos-espertismos mandava para a capital a noticia que ele gostava de levar hortícolas no meio dos glúteos…O que faria com que a sua carreira política fosse por vinho abaixo!…
Já que o verdinho, o vinho, estava a escassear Carqueija descia com Rodinhas o rio do ouro. Estava já às portas do esquadro, terra de boas castas…Face à falta de combustível, Carqueija , com habilidade, penetrou numa quinta de irlandeses …
O barão da rolha de cortiça , Sir Cork, apanhou-os em flagrante delitro…Como punição seriam apresentados como nativos locais na festa em honra de Baco, que aqueles irlandeses malucos iriam fazer à noite…
Fechados na cave, o sol do meio-dia não entrava nem por um postigo!…O que vale é que cheirava a mosto e a alambique fervilhante…Menos mal! Dizia Carqueija para Rodinhas Escapou…Neste caso, nem por isso!

2 comentários:

Goya disse...

Deixei de ter dúvidas (se é que ainda as teria).
O elixir que te acompanha na "destilação" destas crónicas deve ser do mais puro néctar!!! Porra, e eu a pensar que estas castas já estavam extintas!!!
Ficas desde já a saber que no artº32/7-b, alinea h)dos estatutos do Greg "o congregue que de alguma forma evite a partilha de vinho (do bom) sujeita-se às práticas de tortura medievais previstas na pág. 345 e 984 do "Manual das Festas" da autoria de Tomás de Torquemada em 1482", resgatadas da Spanish Inquisition Livrary, por John Cleese.
Cautela JN, cautela....

Raiadão disse...

(Esfregando as Mãos)

Hahahahahaha!!!

Aqui fica o aviso!!!!