CRÓNICAS DO NORDESTE- Episódio n.º 2

Godofredo já estava a enfardar, quando aparece Reinaldo Carqueija, seu amigo de infância e cobrador de promessas. Carqueija era um rústico de ares clericais. A sua barriga impressionava até o Sr. Abade Boçal. Durante muitos anos tinha participado na festa da cerveja em Munique, com o seu filho , o Rodinhas Escapou, amigo de afro-asiáticos e esticador, quer dizer estucador de profissão.
Desde que o Faruk, seu colega de andaime, tinha colocado cocaína no balde do cimento, em vez de cal, que a vida do rodinhas acelerou.
Acelerou tanto que, na mesquita de Munique, julgou que em Portugal era um grego que governava. Um tal Sócrates, apologista do só sei que nada sei. Desde os tempos do Viriato, também ele dado às lides do gado , que a Lusitânia não estava tão bem entregue ao pasto. Remoem, remoem…
O Rodinhas lá tinha fugido à polizei e trouxe consigo a Heidi Von Krip, striper à noite em Munique e mulher que tem dias no resto do tempo…
Tinha conhecido Heidi, quando mudava um vidro de uma janela com o Faruk, por ofício, serralheiro e bombista ao serviço dos interesses sionistas nas horas vagas.
Desde que encetou a mais espectacular fuga desde que existem anais históricos, excluindo os arquivos da pide desaparecidos, que Rodinhas ajudava Carqueija nas cobranças de promessas a, algumas bens difíceis…
Rodinhas batia na porta dos crentes e perguntava se tinham dívidas com 0 vinho. Alguns lá davam umas notas escondidas nos potes de três pés. Rodinhas escapava logo para a discoteca ambulante do Frody Perna de Pau e comprava um porta cassetes e os últimos êxitos da nova música místico-punk e alguns hits da rural (a)variada.
Inspirado pelas ondas rítmicas , Carqueija abria a camisa de xita e colocava-se a caminho dos santuários etílicos, mais famosos. A tasca do Zé, do Manel, da Alice, do Sócrates, do Portas e outras que tal…
Beber copos pelos outros é uma tarefa altruística, de ajuda aos mais necessitados…Carqueija, era um chá de medronho num deserto de ideias que a Lusitânia tinha virado…
Com passo vigorosos, de pernas bem abertas e com a sua barriga barroca, Carqueija lançou o seu cajado à terra e fez com que Godofredo parasse de enfardar.
- Para onde vais, borrachão?
- Beber em nome dos outros!!…
Eram 8 da manhã e a garganta secava a Godofredo . Eis que fazem uma pausa nas suas árduas tarefas e bebem mais um copito…Só para o caminho!...Está claro!...( Era mais verde. Fresquinho!!!)
( continua nos próximos capítulos)