sexta-feira, julho 13, 2007

A saga da Ordem do Templo


A Misteriosa Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão era uma força que gozava de uma invejável posição, com dezenas de castelos construídos na Inglaterra, França, Alemanha, Espanha e Portugal, além daqueles espalhados pelo Oriente Médio.
Exímios organizadores, disciplinados, construíram um imenso império financeiro, apoiado no patrimônio imobiliário.
Tornaram-se autênticos banqueiros, utilizando as primeiras formas de letras de câmbio e de cheques.
A Ordem passou a ser indispensável ao governo pontifício e recebia total apoio dos Papas.
Um ano após a morte do Grão-Mestre Jacques de Molay, também morre o autor do ataque insano aos Cavaleiros do Tempo...o monarca Filipe o Belo, e uma das suas maiores motivações para esse ataque nunca foi encontrado: O Tesouro do Templo.
Existe uma forte possibilidade de que na véspera da prisão em massa dos Templários, o tesouro tenha sido transportado para o monte Saint-Michel, onde 18 barcos o aguardavam. O seu destino? Certamente...Portugal, Tomar.
Em Portugal, os Templários eram o mais querido braço militar da monarquia, devido aos feitos de Gualdim Pais que além de fundador de Tomar e mestre templário, foi o grande responsável pela consolidação da Ordem do Templo em Portugal. Nasceu no ano de 1118 em Marecos, hoje Amares.
Também fundou o Castelo de Almourol, o da Idanha, o de Ceres, o de Monsanto e o de Pombal. Deu foral a Pombal em 1174.
D. Afonso Henriques sagrou-o cavaleiro na lendária batalha de Ourique, contra os Mouros. Partiu depois para a Palestina, ali ingressando no Templo. Durante 5 anos, notabilizou-se nos confrontos contra os Sultões da Síria e do Egito. Regressou à pátria, foi comendador da Ordem em Braga e em Sintra, até que tornou-se quarto Grão-Mestre da Ordem no ano de 1157 em Portugal.
Recuperou o Castelo de Almourol, e foi sob o seu comando que os Cavaleiros Templários repeliram, em 1128, no seu recém-construído Castelo de Tomar, o poderoso exército de Yacub (califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur), o rei marroquino que ameaçava o reino. Certamente os monarcas portugueses não esqueceriam este serviço!
O Rei D. Diniz engendrou uma fórmula inteligente para proteger a Ordem do Templo sem desobedecer à vontade papal.
D. Diniz reiterou que os Templários não haviam cometido crime nenhum em Portugal, o Papa por sua vez reclamou os seus bens e o Rei sutilmente propôs uma troca: os bens por uma nova ordem, a Ordem de Cristo e o Papa é claro, aceitou sem pestanejar. Então o Rei transferiu todo o patrimônio dos cruzados para a Ordem de Cristo, que não deixou de ser uma antiga conhecida, composta pelos próprios templários.
Assim, D. Diniz garantiu a permanência da Ordem em terras portuguesas e Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. Chegavam fugitivos de vários países e o Castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a inquisição não conseguiu arrancar. A nova "Ordem de Cristo" foi reconhecida dois anos depois...em 1319 pelo novo Papa João XXII.
Começava para os cavaleiros uma nova era, uma nova missão...A missão do Templo retomava caminho nas caravelas portuguesas...

1 comentário:

Raiadão disse...

sem dúvida, há sempre pormenores interessantes, e os pormenores desvendam tesouros...