sexta-feira, julho 13, 2007

Templários ( continuação )


A nova Ordem de Cristo tornou-se o principal agente dos descobrimentos lusos, sob a administração de D. Henrique. A igreja Santa Maria do Olival seria o modelo de todos os templos construídos nos novos territórios, onde se reunia a cúpula da Ordem e onde também foram sepultados 28 mestres, inclusive Gualdim Pais. Os túmulos mais antigos foram violados, e os restos mortais, incluindo os de Gualdim, desapareceram.
Ainda assim, perdura a carga simbólica templária: sobre a porta de entrada há uma enorme estrela de cinco pontas, a Estrela de Salomão, sobre uma rosa, símbolo do renascimento. Esta simbologia repete-se no "Convento de Cristo", cenário escolhido para representar a epopéia dos Descobrimentos.
O Convento de Cristo (quartel-general dos Templários) é um dos monumentos mais investigado por historiadores, arqueólogos, místicos e até mesmo simples curiosos. Até o momento, ninguém conseguiu encontrar a chave para o tesouro ou a misteriosa missão da Ordem do Templo. Mas todos julgam encontrar pistas.
A riqueza do "Convento de Cristo" prende-se, sobretudo, com a grandiosidade: tem nove claustros e uma variedade de estilos arquitetônicos; o românico do Templários; o gótico; o manuelino dos Descobrimentos; o neoclássico; o maneirismo e o barroco devido ao domínio filipino.
Patrimônio Mundial desde Dezembro de 1983, o Convento forma, com o Castelo Templário de Tomar (Thomar) um dos mais importantes conjuntos da arquitetura de Portugal.
O núcleo irradiador de todo o discurso arquitetônico é a charola em prisma octagonal, com oito andares. Originalmente igreja Templária do século XII, foi transformada em capela-mor da igreja manuelina.
A Charola era o coração do Mosteiro e local de oração para os Templários. Foi por muitas vezes chamada Rotunda, dada a sua forma redonda com origem na Rotunda do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Com o formato de um tambor de 16 faces, apresenta uma exuberante decoração interior, composta essencialmente por esculturas e frescos, que representam cenas da Bíblia.

O Mestre da Ordem do Templo em Portugal, Gualdim Pais, decidiu-se pela construção de um novo castelo, em local mais adequado, e que viria a tornar-se a sede da Ordem no país:
O Castelo de Tomar (Thomar) apresenta elementos de arquitetura militar nos estilos românico, gótico e renascentista.
Alguns autores apontam a presença de vestígios indicativos de uma estrutura militar anterior, que poderia remontar à época romana e que teria perdurado até à época islâmica, referindo a presença, no aparelho dos muros, de algumas placas decorativas, de cronologia visigótica ou moçárabe, provavelmente oriundas do sítio de Santa Maria dos Olivais, à margem esquerda do rio Nabão.

Não se sabe com certeza qual a razão que levou à opção por Tomar. Alguns estudiosos afirmam que o novo sítio, em um outeiro à margem direita do rio Tomar (atual Nabão), dominando uma planície, era estratégicamente mais vantajoso.
Outros argumentam que o sítio foi escolhido considerando a sua posição na linha que, em relação ao Meridiano de Paris, forma um ângulo de 34°, comum nos projetos arquitetônicos da Ordem, correspondente à diagonal da relação de 2/3 observada na constelação de Gêmeos, um dos símbolos Templários.
De qualquer modo, a construção do Castelo de Tomar iniciou-se em 1 de Março de 1160, conforme inscrição epigráfica em seus muros.
Na mesma época, iniciou-se a construção da Charola, posteriormente adaptada a Capela-mor, uma das edificações templárias mais importantes no Ocidente.
A vila de Tomar foi elevada à categoria de cidade por alvará de D. Maria II (1826-1828 e 1834-1853), em 13 de Fevereiro de 1844.

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1918, e como Património da Humanidade, pela pela Assembléia Geral da UNESCO de 27 a 30 de Junho de 1983.

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